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Petit Jardin da Franca


Microvinícola possui 426 parreiras das castas cabernet franc e cabernet sauvignon / Foto: M&C Petit Jardin

Redação Brinde-SE 06/04/2023


Ao contrário do que parece, não há erro de grafia no título acima. A M&C Petit Jardin fica em um condomínio na área urbana de Franca (SP), e não na França, como o nome da microvinícola pode levar a crer. A cidade é carinhosamente chamada de “a Franca” por muitos dos moradores, especialmente os mais antigos.


A M&C Petit Jardin é um projeto singular que começou em novembro de 2020 e teve sua primeira colheita dois anos depois. Possui 426 parreiras das castas cabernet franc e cabernet sauvignon, a 1080 metros de altitude. A primeira safra teve somente 120 litros de vinho, produzidos sob o comando do casal Murilo Lemos Jorge e Cristiana Arruda Jorge.


A vinificação foi feita pela empresa Vinifiq, de Espírito Santo do Pinhal (SP). “Eles (Vinifiq) fizeram um trabalho excepcional. São especializados em cabernet sauvignon e possuem tanques pequenos que se adequaram perfeitamente ao que precisávamos. A primeira safra das cabernets é muito difícil de domar e, mesmo assim, a Vinifiq deu um show”, afirma Murilo.


Os vinhos chegam ao mercado em breve, em uma edição disputadíssima de uma centena de garrafas. “Vão ser vendidas por nós mesmos e por alguns amigos francanos, em lojas e restaurantes”, diz Murilo. Ele acredita que, em 2023, com as videiras em estágio mais maduro, a tendência é produzir o dobro.


Mas de onde veio a vontade de produzir vinho no “jardim” de casa? O embrião do projeto surgiu há muitos anos. “Meu pai, apesar de não beber nada, se interessava pelo universo do vinho e pelas amizades daí advindas. Conhecemos uma confraria capitaneada pelo dr. Esper Chakur Filho, hoje colunista de vinhos da Jovem Pan. Foi aí que começou a paixão, pois era uma confraria séria, em que se discutia muito sobre os detalhes dos vinhos”, relembra.


Após as experiências na confraria, foram muitas viagens, conhecendo vinícolas e terroirs no Brasil e em outros países, como Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Portugal. No entanto, o incentivo final veio de muito mais perto do que se pensava.


“Quando soubemos que os amigos Fernando Bizanha e Mauricio Orlov, da Vinícola Arcano, tinham avaliado o terroir da região, produzido e alcançado ótimos resultados, foi o que faltava”, explica Murilo. “Analisamos as nossas condições e vimos que eles acertaram na mosca, pois temos em Franca tudo que os melhores terroirs do mundo têm.”


Segundo ele, os pontos fortes da região são o solo, que promove boa acidez, a oscilação térmica gigante e a pouca quantidade de chuva na fase de produção. Murilo conta que outro diferencial foi recorrer a assessoria técnica especializada. “Auxiliados pela Floeno Consultoria, nosso caminho foi traçado mais facilmente.”


Depois de dois anos de trabalho, as uvas prosperaram, os vinhos se tornaram realidade e a dúvida que surge é se a microvinícola vai crescer: “Essa é a pergunta que todos fazem. Diria que, para fazermos tudo artesanalmente, com a perfeição e detalhes que colocamos, não pensamos em aumentar, a não ser potencializar a produtividade. Contudo, acho que em alguns anos acabará sendo natural, sem deixar de ter o cuidado de planta por planta. Ou seja, se for expandir, será um Grand Jardin”, brinca Murilo.

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